segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Paciência Histórica...


Menino criativo e feliz
Por mais que o mundo lá fora nem seja o que ele sempre quis
Menino sorridente que adorava o mundo e toda gente
Por mais que ninguém lá fora queira ir para frente
Menino que admirava a vida e vivia a sonhar
Por mais que esse sonho um dia viesse a acabar.

Sem saber continuava a viajar
Viajar com seus amigos sem voz, que ninguém além dele iria escutar
Viajar com as maravilhas do mundo, que só ele poderia alcançar
Viajar com todo amor que nem se quer conhecia, mas mesmo assim dentro dele já existia
Viagens diurnas e noturnas
Conhecendo pessoas e lugares inexistentes.

Devido a pessoas muito influentes, deixou de viver como havia pensado
Se viu só e todo encurralado,  o mundo lhe ensinou uma lição
A primeira de muitas que lhe trariam aflição

Cresceu e se tornou apenas mais um vivente, dentre toda essa gente
Sumiu e se tornou dormente, adormecido e embebido em pano com algum maledicente.

Caiu no mundo dos vivos e se viu só e infeliz,  isso não era nem de longe aquilo que ele sempre quis, se mantinha ali, para que algum dia ainda pudesse ser feliz, contando os dias para que tudo acontecesse à frente de seu nariz

Viu o mundo de sua mente se esvair, conheceu a verdade sobre muito, mesmo sem conhecer o todo, O todo, ele ainda iria encontrar...

Teve de esquecer quem era para poder viver entre muitos, e muitos mesmo assim ainda não o permitiam, sempre espalhafatoso e sorridente, sempre tinha um que não ficava contente
Um dia encontrou onde não deveria a Paciência que não conhecia

De pouco em pouco sem saber, viu que não mais queria sofrer e com ela queria viver até morrer, tornou-se assim o seu viver!

Alegre e contente novamente, se viu assim todo inocente
Fez juras e perjuras, promessas para si que achava que jamais iria cumprir
Forte e vivendo por amor, conseguiu assim afastar a dor
Tudo que ele via, era Sol e a Luz do dia, por mais que o mundo todo ainda insistia

Passeou por vias tão belas, somente na companhia dela
Flores nasciam em seu caminho, com ou sem desalinho
Subiu em arvores com belos frutos e sempre os dividiu
Nadou em belas aguas, andou sobre a areia
Passou por cima das pedras e sempre estendia a mão
Para que eles fossem um só coração

Golpes do destino ou maldição
Fizeram-no, já não mais menino, acreditando ser forte
Fizera-se de fronte, tentando suportar tudo sem divisão
Loucura ou insanidade deixou a sua Paciência
Mesmo sabendo que ela era tudo que ele Mais queria
Mas não conseguia vela chorar, chorar por ver que ele já não era mais o seu viver

Aquele, nem ele mesmo sabia se ainda existia
Confuso e novamente desligado, perdeu assim a sua visão
Cego por dilema do destino, queria aquilo tudo que na realidade não queria, não se vendo mais, nem acreditando em... Teve de fazer o que havia prometido, egoísmo pelo outro já não sei, só sabia que a Paciência, não mais poderia sofrer.

Tentou fugir diversas vezes dessa rede, mas quanto mais corria mais se enroscava
Quanto mais sofria, mas irritado ficava, já estava vendo a hora de jogar tudo pro  ar
Sozinho ele queria ficar, para não mais vê-la chorar.

Assim, com Paciência resolveu conversar, por mais que tivesse de enrolar, apenas não sabia como falar, teria de fazer de um jeito, que para ele, ela nunca mais quisesse voltar, para que ele assim pudesse sozinho resolver, tudo aquilo que dentro da cabeça dele o fazia sofrer, e ela pudesse novamente ser feliz e contente.

Sorrir novamente com alguém que não fosse assim tão diferente.
Assim foi... Com muita dor e desespero, foi viver só sem Paciência.

Muitos passeios na solidão o fizeram pensar, o que há sob o balanço do mar, uma cabeça cheia, que só via a superfície com muita dor, mas vivendo somente por Amor, conseguiu se sanar, quando conseguiu adentrar na distancia do fundo do mar.

Agora com a cabeça no lugar vive a se questionar
Como e onde sua Paciência deve estar...


Autor: Rafael Miranda