terça-feira, 23 de agosto de 2011

Assassinato

Gêmeo siamês
Não é que eu não te queira
Mas nesses últimos dias só tem feito zueira
Comendo a minha vida pelas beiras

Apagado, escondido.
Por muito tempo lhe vi perdido
Abafado não sei onde
Mas lá dentro se fez brincar de esconde e esconde.

A muito tempo não surgia
Na epifania do descuido
Eis que surgi vindo do fundo
Trevas ocultas

Destino maldito
Amarga seja minha vida
Já havia lhe esquecido
Tomaste conta novamente
Meu corpo se fez dormente

Dominaste o meu ser
Perdi minhas vontades e meus desejos por viver
Queria mas não podia
Tremia mas me esquecia
Perdido, louco
Sumido, naufragado
Extraviado, disperso
Esquecido, corrupto
Devasso, desgraçado

Surtado...
Desconhecido de mim mesmo
Me fiz perguntar o que estava acontecendo
Me vi longe, longe de tudo e de todos
Perdido, reprimido
Num canto me senti perdido
Perseguido por minha mente
Atrás de mim estavam todos os viventes.

Perdi tudo que tinha
Só queria me distanciar
Para não mais atrapalhar
Meus princípios se foram
O Amor tive de libertar
Mesmo que depois tivesse de chorar

Salvo..
Revivido, renascido
Causa, origem
Estirpe, casta
Raça, linhagem
Tudo voltou para o principio

Me refiz
Fiz que fiz que me encontrei novamente
Meu corpo dormente
Não mais se sentia indecente
Rígido e voraz assim é que se faz
Tomei minha vida desse insolente

Assassinato...
Tive de lhe matar aqui em mim
Para poder viver feliz assim, assim.


Autor: Rafael Miranda